RSS

Fast fashion: dois conceitos, uma moda



Um termo bastante presente no vocabulário das meninas que curtem moda é o “fast fashion”. Porém, compreender seu significado não é tão simples como parece; a mesma expressão pode ser empregada de duas formas diferentes, mesmo estando interligados.

A forma mais comum de se falar de fast fashion é em relação às grandes lojas de departamento. Zara, H&M, Renner, C&A e Riachuelo são comumente denominadas desta forma, pois suas coleções são feitas de maneira mais curta, incentivando a produção de novidades o tempo todo. É comum entrarmos nas lojas da rede e sentirmos uma diferença no que é vendido em cada uma, não é mesmo? A culpa é do fast fashion e suas coleções rápidas!

Vitrine de uma das Lojas Renner. A rede é uma das mais populares do Brasil.

Outra maneira de usar o termo é baseando-se em sua tradução pura: moda rápida. Ou, neste caso, que passa rápido. Nesta forma, o fast fashion representa as tendências que não duram muito. Quem não se lembra das calças saruel? Para o bem ou para o mal, essa moda não durou mais do que uma estação. Diferente das calças skinny, que ainda estão presentes no vestuário feminino. E as clogs? Mal chegaram e já estão saindo de fininho...

Saruel e Clogs passaram rápido pelo guarda-roupa feminino
Sendo assim, tanto uma forma quanto a outra de falarmos de fast fashion andam juntas no mundo da moda. Um conceito complementa o outro, de forma que as lojas fast fashions se alimentam das modas que passam rápido descartando-as mais rapidamente ainda! É a velocidade dos novos tempos, meninas.

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS

A mídia e a moda Fast Fashion



Para determinada moda pegar de verdade é necessário que tal tendência chegue a seu público alvo. Atualmente, um dos principais canais de comunicação para a sobrevivência do fast fashion é a TV.

Um dos maiores veículos de comunicação de massa, a televisão atinge parcela gigantesca da população de diferentes faixas etárias, classes sociais, gostos e estilos. Apesar da variedade de público, é através dela que grande parte do fast fashion é inserido no dia a dia popular. 

Coleção feita pela Hits baseada na novela Tititi
O principal produto televisivo a lançar moda é a novela. E não é muito difícil compreender o motivo; cada personagem é constituído de acordo com suas características na trama. O vilão e o mocinho expressam traços de suas personalidades através do figurino, cabelo, maquiagem e, pasmem, até do esmalte que utilizam. Durante o desenrolar dos capítulos é comum que o público se identifique com alguns personagens e seus acessórios. A partir daí, é batata: as lojas passam a produzir produtos inspirados nos que estão no ar e seu público-alvo cada vez mais busca consumi-los. 


Camila Pitanga e o esmalte característico de sua personagem na novela das nove
Alguns acessórios são reproduzidos na íntegra pelas lojas, como os brincos, anéis e pulseiras que o núcleo indiano de Caminho das Índias usava. Outros são apenas baseados no figurino dos personagens, como a onda de batas, túnicas e estampas indianas que se espalhou durante a exibição da mesma novela
.
Brinco da personagem Maya e seu "inspired" vendido na internet por 20 reais

Em entrevista ao G1, Miguel Simek, design responsável pelas jóias utilizadas pelos personagens, já previa o que estava por vir.

− Esse brinco vai ser a nova pulseira da Jade (personagem de Giovanna Antonelli em “O Clone”) – contou ele.

Ele se referia ao brinco usado por Juliana Paes, desenhado pela figurinista da novela Emilia Duncan especialmente para a personagem. Mesmo sabendo da importância do seu trabalho, o design já sabia que a tendência se espalharia através de outras fontes: os camelôs.

−Isso é inevitável e não vai demorar muito para acontecer. Tenho que ficar feliz com os créditos – disse.

Miguel estava mais do que certo. O tal brinco em questão se tornou uma febre entre o público feminino. Era vendido tanto nos camelôs mais próximos quanto nos shoppings mais badalados. Jovens, adolescentes e senhoras desfilaram por aí exibindo as orelhas enfeitadas com os penduricalhos.

A pulseira-anel da Jade, de "O clone", já havia ficado pra trás
Porém, como todo produto do fast fashion, a moda indiana passou; assim como a moda muçulmana (que esteve presente na novela “O Clone”) já havia passado. Hoje em dia, quem comprou o então cobiçado “brinco da Maya” o abandonou no fundo da gaveta, ou nega até o fim que tenha usado um desses alguma vez na vida. Do mesmo jeito que a pulseirinha da Jade, citada anteriormente, já havia sido esquecida há séculos. A novela terminou, a moda passou e toda a tendência trazida por ela ficou pra trás. Coisas do fast fashion.

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS

A moda rápida e as lojas de departamento

O termo Fast Fashion é na verdade é uma estratégia de mercado que agrega das lojas de departamento aos camelôs. As famosas lojas de departamento vivem hoje o boom do Fast Fashion, com coleções extremamente atualizadas, baratas, compactas e assinadas pelos grandes nomes da moda.

Herchcovitch e Stella McCartney para C&A e Cris Barros para Riachuelo
Adeptas a tendência da “moda rápida”, as grandes magazines chegam a trocar suas coleções toda semana. Para o estilista Márcio Ferreira, essa estratégia que veio da Europa trouxe também um novo comportamento por parte dos consumidores.

- Se antes você passava em uma loja de 15 em 15 dias, hoje você passa toda semana. Isso porque o Fast Fashion tem um fluxo diferente com relação ao mercado. Ninguém garante que aquela blusa linda que você bateu o olho e adorou vai estar lá na semana que vem com o seu número por um preço em conta.

A mudança semanal das vitrines é que caracteriza esse modelo. Tudo é pensando para dar opções de produção aos consumidores. “A ideia é ter vários modelos e pouquíssimas peças do mesmo” - diz, Márcio Ferreira.
O Fast Fashion se aplica também as ruas. Ou melhor, as calçadas. Quem não se deparou com o anel da princesa Kate Middleton dois dias depois do anúncio do noivado do casal real, na barraca dos camelôs?. Realmente é um pouco inusitado a forma como esses vendedores conseguem tão rapidamente as tendências do mundo da moda. Mas a verdade é que basta surgir um lançamento para que haja uma epidemia pelas calçadas da cidade. Agora não resta dúvida de que só se produz mal quem quer.

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS